Em tempos de intensas disputas neoliberais no campo das subjetividades, poderia a formação sindical se configurar como um dos campos de batalha?

Autores

  • Leonardo Rezende Farabotti Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
  • Fábio de Oliveira Universidade de São Paulo https://orcid.org/0000-0002-0109-1413
  • Célia Cappucci Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar uma experiência formativa realizada com dirigentes sindicais do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC no ano de 2024 e analisá-la a partir de abordagens teóricas dissonantes do mainstream contemporâneo, tanto no campo da psicologia social quanto no da educação libertadora. A atividade é parte de um programa de longa duração que compreende os anos de 2024-2025 e a proposta foi observar a experiência a partir de elementos relacionados às trajetórias de vida e de militância dos trabalhadores dirigentes, bem como dos principais problemas enfrentados a partir do ponto de vista desse grupo de representantes. Alguns fios foram sendo tecidos com a contribuição das duas dimensões teóricas acima e, para tanto, elegeu-se o conceito de saber operário, a partir das abordagens de Ivar Oddone e de Paulo Freire, alicerçadas em críticas à  visão hegemônica de manutenção do status quo,  assumidas em seus respectivos campos, direcionadas à emancipação e à transformação das condições de trabalho, a partir do conhecimento produzido e assumido coletivamente pelos trabalhadores.

Biografia do Autor

  • Leonardo Rezende Farabotti , Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

    bacharel em Ciências do Trabalho pelo DIEESE e atualmente cursa especialização em Gestão e Projetos Sociais em Organizações do Terceiro Setor pela PUC-SP. Com ampla experiência no movimento sindical, atua como orientador educacional no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC desde 2020. Anteriormente, foi metalúrgico e dirigente sindical por dois mandatos na Ford Motor Company, em São Bernardo do Campo, onde contribuiu ativamente para a defesa dos direitos dos trabalhadores.

  • Fábio de Oliveira , Universidade de São Paulo

    Atualmente é professor do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho do Instituto de Psicologia da USP. É um dos coordenadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Movimentos Sociais e Políticas Sociais (TraMPoS) e co-editor dos Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. Possui graduação em Psicologia pela USP (1992), mestrado em Psicologia Social pela USP (1997) e doutorado em Psicologia Social pela PUC-SP (2005). Realizou, em 2012, estudos de pós-doutoramento no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Sua atividade de pesquisa está voltada para o estudo dos processos pelos quais as pessoas constroem suas vidas em comum no trabalho e em outras atividades econômicas. Mais especificamente, busca compreender como se engendram os processos de trabalho no cotidiano a partir das condições concretas e das relações entre pessoas. Essa linha de investigação inclui o interesse por temas como: relações de poder no trabalho, crítica à gestão tradicional, formas de emancipação, autogestão, cooperativismo e economia solidária. Espera-se com esse trabalho reunir elementos que possam contribuir com coletivos de trabalhadores em sua luta por emancipação e por melhores condições de trabalho, e com a formulação de políticas de desenvolvimento local, políticas públicas de trabalho e programas de geração de emprego e renda. Foi docente da PUC-SP entre 1997 e 2013 e psicólogo do Centro de Psicologia Aplicada ao Trabalho da USP entre 1996 e 2014. Em 2021, foi professor adjunto do Instituto Politécnico de Setúbal (Portugal).

  • Célia Cappucci , Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

    Doutoranda em Psicologia Social no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Atua profissionalmente como Orientadora Educacional no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Possui graduação em Psicologia pela Universidade Metodista de São Paulo . Aprimoramento na área da Saúde do Trabalhador no CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Estado de SP). Realizou mestrado na Universidade de São Paulo na área de Sociologia da Educação pesquisando o tema: "Práticas culturais de jovens metalúrgicos no ABC Paulista: vivências para além do trabalho". Tem experiência em Psicologia e Educação com ênfase nos campos da Psicologia e da Sociologia da Educação, desenvolvendo principalmente os seguintes temas: psicologia social, práticas culturais, processos de socialização, relações de trabalho e impactos nas subjetividades

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Publicado

2025-11-17