As relações de trabalho na educação infantil: potencialidades e desafios para a luta sindical na tríade classe-raça-gênero a partir das revelações do Movimento Somos Todas Professoras
Resumo
O presente ensaio busca chamar a atenção quanto à importância do sindicalismo incorporar para suas lutas o que tem sido revelado pelo Movimento Somos Todas Professoras, ou seja, o profundo desrespeito à devida estruturação funcional da educação infantil, por meio de chancelas institucionais que reproduzem a desvalorização do trabalho de mulheres na primeira infância. Apoiando-se na luta histórica pelo reconhecimento da função docente de quem trabalha com as crianças pequenas, bem como na busca por efetivar o preceito de que a educação infantil é a primeira etapa da educação básica, e, ainda, compreendendo a importância dessa articulação com mulheres trabalhadoras, há uma oportunidade para o sindicalismo brasileiro contemporâneo resgatar uma atuação decisiva nas cidades, por meio da valorização do ambiente de trabalho nas creches e pré-escolas, a caracterização de suas atribuições e a capacidade de organização para a disputa política em defesa das políticas públicas.