Violências de gênero na organização do trabalho das oficialas de justiça

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Resumo

O trabalho feminino é um tema complexo que envolve questões laborais, sociais, culturais e econômicas. Este artigo tem como objetivo compreender e analisar as percepções quanto ao gênero das oficialas de justiça de um órgão do Poder Judiciário da região Centro-Oeste do Brasil sobre o trabalho que desempenham. A pesquisa foi realizada com fundamento na abordagem metodológica da Psicodinâmica do Trabalho, com a realização de entrevistas semiestruturadas individuais e espaços de discussão coletiva com 8 oficialas de justiça. Os resultados demonstraram que as oficialas encontram dificuldades para executar suas atividades, manifestando diferentes formas de violência advindas da organização do trabalho que constituem suas práticas laborais cotidianas, sendo agravadas pelo fato de serem mulheres e todo o estigma que o gênero feminino possui histórica, social e culturalmente. Foram reveladas diferentes fontes de insegurança, angústia e sofrimento provenientes da organização do trabalho, devido às diferentes violências inerentes ao trabalho feminino das oficialas. Conclui-se que há leis que não conseguem acompanhar as reais mudanças e nível de complexidade que o tema de equidade de gênero requer, porém aposta-se em uma nova lei capaz de orientar e concretizar práticas efetivas em prol de mais justiça, dignidade e saúde para as mulheres em diferentes espaços, principalmente, no trabalho.

Palavras-chave: violência, mulher, trabalho feminino, oficiala de justiça.

Biografia do Autor

  • Lorena Rodrigues Lourenço

    Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, mestre em Psicologia pela PUCGO, especialista em Avaliação Psicológica pelo IPOG, especializando em avaliação neuropsicológica e terapia cognitivo comportamental. Também possui bacharelado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, especialização em Direito Penal pela Universidade de Rio Verde, especialização em Direito Processual Civil pela Universidade Federal de Goiás. Atua como psicóloga clínica e também como assistente técnica em perícias psicológicas na área cível e criminal. É professora e tutora na Escola Judicial do Tribunal de Justiça de Goiás. Diretora da Clínica Morada.

  • Ronaldo Gomes-Souza, UFAM

    Doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília (UnB), com pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP). É professor, pesquisador e extensionista na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), lotado na Faculdade de Psicologia e credenciado enquanto professor permanente no Programa de Pós-graduação em Psicologia. É um dos coordenadores do Laboratório de Psicologia, Trabalho e Saúde (LAPSIC); membro do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) e psicólogo do trabalho na Comissão de Prevenção e Combate ao Assédio Moral no Trabalho (CECAM) da UFAM.

  • Gabriela da Silva-Dias-Costa, UFAM

    Graduanda da Faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Amazonas. Realizou dois projetos de iniciação científica com enfoque em cuidadores de pessoas idosas diagnosticadas com demência. Participou de PACE voltado ao atendimento de membros da comunidade LGBTQAPN+ a partir do Protocolo ESTEEM e Terapia Afirmativa. Possui interesse em clínica, terapia cognitivo comportamental, gênero e saúde.

  • Rebeca Lopes Santos , UFAM

    Graduada em Gestão de Recursos Humanos, uma pós-graduação em Gestão de Pessoas e Coaching. É estudante de Psicologia na Universidade Federal do Amazonas (UFAM).  Possui mais de 15 anos de experiência em diversos subsistemas da área de Recursos Humanos, atualmente atuando como analista de RH na empresa TCL SEMP, com especialização e foco nos processos de Departamento Pessoal.

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Publicado

2024-05-22