Um refazer judicial dos conflitos do trabalho?

A greve dos trabalhadores dos Correios de 2020 e as novas estratégias da precarização

Autores

  • Rodrigo Linhares Técnico do DIEESE

Resumo

um dos sentidos das condições de real desastre vividas nos anos 2020-21 foi certamente o reforço do desmanche de instituições e de normas que, apesar de tudo, já se encontrava em curso. Analiticamente, porém, nem sempre a diversidade de eventos desse processo é apreendida de modo global, como racionalidade e estratégia. Tome-se como exemplo o desfecho da greve dos trabalhadores dos Correios de 2020. No curso judicial do conflito, a direção da empresa solicita a retirada de 70 das 79 cláusulas que compõem o Acordo Coletivo da categoria. No julgamento do dissídio, a Justiça do Trabalho concorda com a eliminação de pouco menos que isso – 50 cláusulas são apagadas. Mais do que um mero acidente, procuramos demostrar nesse artigo que o resultado desse processo talvez esteja relacionado a uma nova belicosidade por parte da Justiça do Trabalho – sendo que a opção pela arbitrariedade, em detrimento de práticas negociais, passa a ser mais bem compreendida quando situada como parte de uma truculenta razão precarizante que aspira a uma constituição plena.

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Publicado

2023-05-30