As formas literárias em O Capital: contribuição à educação dos trabalhadores pela crítica da Economia Política

Autores

Palavras-chave:

Karl Marx, crítica da Economia Política, forma de exposição, formas literárias

Resumo

Realizaremos uma análise das formas literárias contida no desenvolvimento de algumas das principais categorias presentes no primeiro capítulo do livro I de O Capital de Marx. Tal análise tem por objetivo levantar uma questão pouco estudada e debatida na obra de Marx: suas formas literárias e o papel que ela cumpre na elaboração teórica do autor. Buscaremos demonstrar que, no trajeto de exposição desse capítulo, a forma literária cumpre papel decisivo para a compreensão teórica do livro. Sabendo que Marx parte da consciência ordinária dos agentes econômicos, isto é, da aparência mais simples da realidade para chegar ao seu conteúdo essencial, fazendo o caminho do concreto aparente ao abstrato, e deste ao concreto pensado, as formas literárias conectam a consciência ordinária com o processo de compreensão das categorias complexas da crítica de Marx à sociedade em que domina o modo de produção capitalista, tais como: riqueza, trabalho, valor de uso, valor de troca, valor e mercadoria. Levanta-se, por fim, se esses elementos literários, cuja forma acabada vê-se no Livro 1 de O Capital, cumpririam um caráter didático imprescindível ao intuito desta obra de servir como instrumento a favor do processo de educação dos trabalhadores com base na crítica da Economia Política.

Biografia do Autor

  • Cristiano Almeida da Silva, Universidade Federal de Minas Gerais
    Graduado em Ciências Sociais pela PUC-Minas, mestrando do Programa de Pós-graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social da FaE-UFMG, pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas Marx, Trabalho e Educação - GEPMTE-FAE-UFMG e educador popular do Núcleo de Educação Popular - 13 de Maio.
  • Juliane Zacharias Bueno, Universidade Federal de Santa Catarina
    Possui licenciatura em Pedagogia pela UNESP/Bauru, mestrado em Educação Escolar pela UNESP/Araraquara e doutorado em Educação pela UFSC. É educadora popular do Núcleo de Educação Popular 13 de Maio. Atualmente realiza estágio pós-doutoral na UFSC.
  • Hormindo Pereira de Souza Junior, Faculdade de Educação - Universidade Federal de Minas Gerais
    Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Educação pela UFMG. Doutor em História e Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.  Pós-Doutorado em Filosofia Política e Educação realizado no Núcleo de Estudos e Pesquisas em Filosofia Política e Educação (NUFIPE) da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense. Professor Associado da UFMG. Professor do Programa de Pós-Graduação Conhecimento e Inclusão Social em Educação da FAE-UFMG. Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas Marx, Trabalho e Educação (GEPMTE) da FAE-UFMG. Editor da Revista Trabalho & Educação (ISSN 1516-9537 // e-ISSN 2238-037X). Desenvolve pesquisas no campo de confluência entre trabalho, política, formação e emancipação humana.

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Publicado

2021-05-02