Financeirização e acumulação de capital fictício na economia brasileira

Autores

  • Luccas Assis Attílio Universidade federal de Ouro Preto

Palavras-chave:

Capital fictício, Financeirização, Dívida pública, Fluxo de portfólio.

Resumo

Esse artigo investiga o processo de financeirização da economia brasileira com base na acumulação de capital fictício. Duas formas de acumulação fictícia são analisadas: a dívida pública e o fluxo de portfólio. Nossas conclusões sugerem que esses dois canais têm ganhado maior importância ao longo dos anos, consubstanciando no avanço dos interesses do mercado financeiro sobre a formulação de políticas públicas. Consequências como a redução do Estado de Bem Estar Social, o aprofundamento da financeirização e crise de representatividade democrática podem ser percebidas com os recentes desdobramentos políticos do país. Tais consequências não podem ser entendidas sem considerar a difusão do capital financeiro sobre a economia.

Biografia do Autor

  • Luccas Assis Attílio, Universidade federal de Ouro Preto

    Professor de economia da UFOP

    Mestre em economia pela UFMG

    Graduado em Ciências Econômicas pela UFV

Referências

ARIDA, P. Ainda sobre a Conversibilidade. Revista de Economia Política, vol. 23, n. 3, pag.135-142, 2003.

ARIDA, P. Por uma Moeda Plenamente Conversível. Revista de Economia Política, vol. 23, n. 3, pag.151-154, 2003a.

ARRIGHI, G. The Long Twentieth Century: Money, Power, and the Origins of our Times. Verso, 1994.

ATTÍLIO, L. A. Uma nova configuração no sistema financeiro. Perspectiva econômica, vol. 11, n. 1, pag. 24-35, 2015.

ATTILIO, L. A. Empresas Não-Financeiras e o Impacto da Estratégia Maximizing Shareholder Value Sobre o Emprego no Brasil. Dissertação (Mestrado em Economia). Universidade Federal de Minas Gerais, 2016.

ATTÍLIO, L. A. “Finançascracia”. Disponível em: http://www.dataviva.info/pt/blog/post/134. Acesso no dia 22/02/2017a.

ATTÍLIO, L. A. Grécia agoniza. Disponível em: < http://www.dataviva.info/pt/blog/post/128> Acesso no dia 01/02/2017b.

BACHA, E. Reflexões Pós-Cepalinas sobre Inflação e Crise Externa. Revista de Economia Política, vol. 23, n. 3, pag. 143-150, 2003.

BANCO MUNDIAL, http://data.worldbank.org/indicator?tab=all, 2017.

BELLUZZO, L. G. Abertura Financeira, Política Industrial e Crescimento. In: SADER, E. (Org.). O Brasil que queremos. Laboratório de políticas públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2016.

BELLUZZO, L. G. e ALMEIDA, J. Depois da Queda: A Economia Brasileira da Crise da Dívida aos Impasses do Real. Civilização Brasileira, 2002.

BIN, D. Macroeconomic Policies and Economic Democracy in Neoliberal Brazil. Economia e Sociedade, vol. 24, n. 3, pag. 513-539, 2015.

BOYER, R. Is a Finance-Led Growth Regime a Viable Alternative to Fordism? A Preliminary Analysis. Economy and Society, vol. 29, n. 1, pag. 111-145, 2000.

BRESCIANI, E. Aumenta rejeição ao governo Temer, diz pesquisa CNT/MDA. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/brasil/aumenta-rejeicao-ao-governo-temer-diz-pesquisa-cntmda-20929716> Acesso no dia 17/02/2017.

BRUNO, M., DIAWARA, H., ARAÚJO, E., REIS, A. e RUBENS, M. Finance-Led Growth Regime no Brasil: Estatuto Teórico, Evidências Empíricas e Consequências Macroeconômicas. Texto para discussão, n. 1455, IPEA, 2009.

CECCHETTI, S., MOHANTY, M. e ZAMPOLLI, F. The Real Effects of Debt. Bank for International Settlements, 2011. 34p. (Texto de Discussão, 352).

CHESNAIS, F. A Mundialização financeira. Xamã, 1996.

CONTRI, A. Uma Avaliação da Economia Brasileira no Governo Dilma. Indicadores Econômicos FEE, vol. 41, n. 4, pag. 9-20, 2014.

CROTTY, J. The Neoliberal Paradox: The Impact of Destructive Product Market Competition and Impatient Finance on Nonfinancial Corporations in the Neoliberal Era. Review of Radical Political Economics, vol. 35, n. 3, pag. 271-279, 2003.

DOWBOR, L. A economia travada pelos intermediários financeiros. In: SADER, E. (Org.). O Brasil que queremos. Laboratório de políticas públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2016.

DYMSKI, G. A. O Gênio Fora da Garrafa: A Evolução da Política Too Big to Fail e a Estratégia Bancária dos Estados Unidos. In: CINTRA, M. e GOMES, K. (eds.) As Transformações no Sistema Financeiro Internacional. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), pag. 177-244, 2012.

FRIEDMAN, M. Capitalismo e liberdade. São Paulo, LTC, 2014.

GORZ, A. Metamorfoses do trabalho. AnnaBlume, 2003

HARVEY, D. O neoliberalismo: história e implicações. Edições Loyola, 2005.

HARVEY, D. 17 contradições e o fim do capitalismo. Boitempo, 2016.

HAYEK, F. Os fundamentos da liberdade. São Paulo, Visão, 1983.

HOBSBAWM. E. Era dos Extremos. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.

KEYNES, J. M. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São Paulo, Nova Cultural, 1988.

KRUGMAN, P. A Crise de 2008 e a Economia da Depressão. Elsevier, 2009.

LAPAVITSAS, C. Financialised Capitalism: Crisis and Financial Expropriation. Historical Materialism, vol. 17, pag. 114-148, 2009.

LAPAVITSAS, C. Theorizing Financialization. Work, Employment and Society, vol. 25, n. 4, pag. 611-626, 2011.

LAZONICK, W. From Innovation to Financialization: How Shareholder Value Ideology is Destroying the US Economy. In: WOLFSON, M.H., EPSTEIN, G. (Orgs.) The Handbook of the Political Economy of Financial Crises. New York. Oxford University Press, 2011.

LAZONICK, W. The Financialization of the US Corporation: What Has Been Lost, and How It Can be Regained. The Academic-Industry Research Network, 2012. 42p. (Working Paper, 42307).

LAZONICK, W. e O'SULLIVAN, M. Maximizing Shareholder Value: A New Ideology for Corporate Governance. Economy and Society, vol. 29, n. 1, pag. 13-35, 2000.

MARX, K. O capital, livro I, volume I. Nova Civilização, 1968a.

MARX, K. O capital, livro III, volume IV. Nova Civilização, 1968b.

MARX, K. O capital, livro III, volume V. Nova Civilização, 1968c.

MIRANDA, B. Impactos da Financeirização Sobre a Fragilidade Micro e Macroeconômica: Um Estudo para a Economia Brasileira entre os Anos de 1995-2012. Tese (Doutorado em Economia). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.

MOLLO, M. Financeirização como Desenvolvimento do Capital Fictício: A Crise Financeira Internacional e suas Consequências no Brasil. Universidade de Brasília, 2011. 26p. (Texto de Discussão, 358).

PALLEY, T. I. Financialization: What it is and Why it Matters, The Levy Economics Institute, Working Paper, 525, 2007.

PAULANI, L. Acumulação Sistêmica, Poupança Externa e Rentismo: Observações Sobre o Caso Brasileiro. Estudos Avançados, vol. 27, n. 77, pag. 237-261, 2013.

PINTO, E. e GONÇALVES, R. Modelos de Desenvolvimento e Desempenho Macroeconômico: Brasil. Texto de Discussão, vol. 17, UFRJ, 2015.

REINHART, C. http://www.carmenreinhart.com/data/, 2017.

RODRIK, D. Who Needs Capital-Account Convertibility? Essays in International Finance, vol. 207, Princeton University, 1998.

STOCKHAMMER, E. Financialisation and the slowdown of accumulation. Cambridge Journal of Economics, vol. 28, n. 5, p. 719-741, 2004.

TOGATI, D. How can we explain the persistence of the Great Recession? A balanced stability approach. Cambridge Journal of Economics, vol. 40, n. 40, pag. 1077-1101, 2015.

VAN DER ZWAN, N. Making Sense of Financialization. Socio-Economic Review, vol. 12, n. 12, pag. 99-129, 2014.

Downloads

Publicado

2019-02-25