Precarização e trabalho essencial no Brasil no contexto da pandemia da COVID-19

Autores

Palavras-chave:

Ciências do trabalho, Saúde do trabalhador, Pandemias, Mercado de trabalho

Resumo

A pandemia do novo coronavírus provocou uma crise de amplas de dimensões nos países ao redor do mundo. Essa situação afeta a classe trabalhadora na obtenção da sua renda remuneradora, bem como, no que tange às condições de trabalho. Diante do quadro de emergência de saúde pública, no Brasil foram publicados decretos que definiram serviços públicos e amplas atividades consideradas essenciais durante a pandemia. Assim sendo, por meio deste artigo objetiva-se refletir e discutir sobre condições de trabalho destes trabalhadores essenciais. Neste intuito, seguiu-se uma metodologia de caráter ensaístico. Por meio de revisão de literatura, discussões e reflexões acerca do tema, concluiu-se que a ampliação das atividades essenciais coloca em risco a saúde dos trabalhadores, ao precarizar ainda mais as condições de trabalho. Além disso, pode criar um problema de ordem socioeconômica, ao comprometer o andamento das atividades que, de fato, são essenciais, tal como a assistência à saúde.

Biografia do Autor

Frederico Daia Firmiano, Universidade do Estado de Minas Gerais

Doutor em Ciências Sociais, Professor na Universidade do Estado de Minas Gerais, Campus de Passos, MG, Brasil.

Sergio Valverde Marques dos Santos, Universidade do Estado de Minas Gerais

Enfermeiro do Trabalho, Doutor em Ciências, Professor na Universidade do Estado de Minas Gerais, Campus de Passos, MG, Brasil.

Ana Marcia Rodrigues da Silva, Universidade Federal de Alfenas

Economista, Doutora em Economia, Professora na Universidade Federal de Alfenas, Campus Varginha, MG, Brasil.

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Publicado

2021-05-02