A masculinidade tóxica e seus impactos na vida dos gays dentro das organizações

Autores

  • Renan Gomes de Moura Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO

Palavras-chave:

Masculinidade Hegemônica, Masculinidade Tóxica, Organizações, Gays.

Resumo

Não é possível considerar que as organizações sejam neutras nas questões relacionadas ao gênero, principalmente em tempos onde a dominação masculina tem assumido novas formas de se manifestar, seja subjetivamente e/ou objetivamente, como por exemplo a masculinidade tóxica, que possui o objetivo de dominar e prejudicar os outros sujeitos. O presente ensaio compromete-se em desvelar como a masculinidade tóxica dentro das organizações pode afetar a vida dos trabalhadores gays. Considera-se que a masculinidade tóxica deve ser vista como mais uma face da dominação masculina, e que se manifesta de diferentes: sejam práticas homofóbicas, dominação da identidade de sujeitos gays, ou seja, objetiva dominar e competir com aqueles que são socialmente considerados “inferiores” perante a dominação masculina.

 

Biografia do Autor

Renan Gomes de Moura, Universidade do Grande Rio - UNIGRANRIO

Doutorando em Administração (UNIGRANRIO - Universidade do Grande Rio), Mestre em Administração (UNIGRANRIO - Universidade do Grande Rio, 2017), Especialista em Gestão de Competências e Talentos Humanos (UGB - Centro Universitário Geraldo Di Biase, 2014) e Administrador (UGB - Centro Universitário Geraldo Di Biase, 2012).Tem experiência de pesquisa e docência na área de Administração, com ênfase em Estudos Organizacionais, atuando principalmente nos seguintes temas:estudos de gênero e sexualidade, trabalho e relações de trabalho, controle e dominação no trabalho, religião e organizações, gestão da diversidade, gestão de pessoas e estudos críticos.

Referências

ALCADIPANI, R. Violência e masculinidade nas relações de trabalho: imagens do campo em pesquisa etnográfica. Cadernos EBAPE. BR, v. 8, nº 1, artigo 6, Rio de Janeiro, Mar. 2010.

ALVESSON, M.; BILLING, Y. D. Gender and Organization: Towards a Differentiated Understanding. Organization Studies. V.13, n.5, p.73-102, 1992.

ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009.

BICALHO, R. A. Categorias Frankfurteanas para uma Tipologia da Violência nas Organizações. In: Encontro de Estudos Organizacionais V,2008, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: ANPAD, 2008.

BORRILLO, D. L’Homophobie. Paris: Presses Universitaires de France, 2000.

BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro: BestBolso, 2014.

CANDIDO, H. P.; PESSOA, D. K. N. Diversidade Sexual Nas Organizações: Uma Análise Bibliométrica de Publicações em Administração. In: XXXVII EnANPAD, Rio de Janeiro, 2013.

CAPRONI NETO, H. L.; FONSECA, L. A. Discutindo homofobia nas organizações e no trabalho. Revista Espaço Acadêmico, n.161, out, 2014.

CARRIERI, A. P.; AGUIAR, A. R. C.; DINIZ, A. P. R. Reflexões sobre o indivíduo desejante e o sofrimento no trabalho: o assédio moral, a violência simbólica e o movimento homossexual. Cad. EBAPE, v. 11, nº 1, artigo 10, Rio de Janeiro, Mar. 2013.

COLLINSON, D. L.; HEARN, J. Men and Masculinities in Work, Organizations and Management. In: KIMMEL, M.; HEARN, J.; CONNELL. R. W.. Handbook of Studies on Men and Masculinities. New York: Sage, 2005.

CONNELL, R. W; MESSERSCHMIDT, J. W. Masculinidade hegemônica: Masculinidade hegemônica: Masculinidade hegemônica: repensando o conceito repensando o conceito. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 21, n.1, 2013.

DEJOURS, C. A banalização da injustiça social. 7.ed. Rio de Janeiro: 2007.

DUTRA, F. A.; ORELLANA, C. Selfies no Tinder: masculinidades hegemônicas como performance. Chasqui. Revista Latinoamericana de Comunicación, N.º 135, agosto - noviembre 2017

ECCEL, C. S.; SARAIVA, L. A. S.; CARRIERI, A. P.. Masculinidade, autoimagem e preconceito em representações sociais de homossexuais. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, v.9, n.1, 1-15, 2015.

FLEURY, A. R. D.; TORRES, A. R.R. Homossexualidade e preconceito: O que pensam os futuros gestores de pessoas. Curitiba: Juruá, 2011.

FOURNIER, V.; SMITH, W. Scripting masculinity. Ephemera: Theory & Politics in Organization, v. 6, n. 2, p. 141- 162, 2006.

GOMES, R. Mercado de trabalho brasileiro ainda é hostil à população LGBT. Disponível em: < https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2015/05/mercado-de-trabalho-brasileiro-ainda-e-hostil-a-populacao-lgbt-indica-estudo-170.html>, acessado em 21 de julho de 2018.

GUIMARÃES-JÚNIOR, E. H.; MACÊDO, K. B.. Saúde e trabalho do empreendedor: um estudo em psicodinâmica do trabalho. Fragmentos de Cultura, 23 (3),2013.

HASSARD, J.; HOLLYDAY, R.; WILLMOT, H. Introduction: the body and organization. In: HASSARD, J.; HOLLYDAY, R.; WILLMOT, H, Hugh Bodies and organization. London, Thousand Oaks, New Delhi, Sage Publications, 2000.

IBARRA-COLADO, E. Organization studies and epistemic coloniality: thinking otherness from the margin. Organization, v.13, n.4, p.463- 488, 2007

IRIGARAY, H. A.; FREITAS, M. E. Estratégia de Sobrevivência dos Gays no Ambiente de Trabalho. Psicologia Política. v. 13. nº 26. PP. 75-92. Jan/abr. 2013.

MARTIN, J.; MEYERSON, D. Women and Power. Conformity, Resistance, and Disorganized Coaction. In: KRAMER, Roderick M.; NEALE, Margaret A. Power and Influence in Organizations. Thousand Oaks: Sage, p.311-348, 1999.

MEDEIROS, G. T. C. e outros. A diversidade nas organizações contemporâneas: um enfoque na transversalidade de gênero. In: XI SEGeT, Resende, 2014.

MOLINIER, P. Psicodinâmica do trabalho e relações sociais de sexo. Um itinerário interdisciplinar. Produção, v.14, n.3, 14-26, 2004.

MOLINIER, P. O trabalho e a psique: uma introdução à psicodinâmica do trabalho. Brasília: Paralelo, 2013.

MOURA, E. F.; MEDEIROS, C. R. O. Desafiando a heteronormatividade: interpretações sobre manifestações das organizações a favor da diversidade sexual. In: XVII SEMEAD – Seminário em Administração, 2014.

MOURA, R. G.; NASCIMENTO, R. P.; BARROS, D. F. O problema não é ser gay, é ser feminino: o gay afeminado nas organizações. Farol – Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, v.4, n.11, 1478-1541, 2017.

MURGIA, Annalisa; POGGIO, Barbara. Challenging Hegemonic masculinities. Men’s stories on gender culture in organizations”. Organization, Special Issue “Storytelling and Change in Organizations”, vol. 16, n. 3, 2009.

PETRY, A. R.; MEYER, D. E. E. Transexualidade e heteronormatividade: algumas questões para a pesquisa. Textos & Contextos, v. 10, n. 1, p.193-198, jan./jul. 2011.

POMPEU, S. L. E.; SOUZA, E. M. A produção científica sobre sexualidade nos estudos organizacionais: uma análise das publicações realizadas entre 2005 e 2014. O&S, Salvador, v. 25, n. 84, p. 050-067, Jan./Mar. 2018.

REGO, V. B. Virilidade. In Vieira, F. O., MENDES, A. M.; MERLO, A. R. C. (Orgs), Dicionário crítico de gestão e psicodinâmica do trabalho (pp. 499-501). Curitiba, PR: Juruá, 2013.

SCULOS, B. W. "Who’s Afraid of ‘Toxic Masculinity’?," Class, Race and Corporate Power: V.5, 2017.

SIQUEIRA, M. V. S. e outros. A homofobia e violência moral no trabalho no distrito federal. O&S, Salvador, v.16, n.50, 2009.

SIQUEIRA, M. V. S.; ZAULI-FELLOWS, A.. Diversidade e identidade gay nas organizações. GESTÃO.Org - Revista Eletrônica de Gestão Organizacional, v.4, n.3, 69-81, 2006.

SMITH, N. G.; INGRAM, K. M. Workplace heterosexism and adjustment among lesbians, gay, and bisexual individuals: the role of unsupportive social interactions. Journal of Counseling Psychology, v. 51, n. 1, p. 57-67, 2004

SOUZA, E. M. de; PEREIRA, S. J. N. (Re)produção do heterossexismo e da heteronormatividade nas relações de trabalho: a discriminação de homossexuais por homossexuais. RAM – Revista de Administração Mackenzie, v. 14, n. 4, p.76-105, jul./ago. 2013.

SOUZA, R.G., ANTLOGA, C. S. Psicodinâmica do trabalho masculino e a defesa da virilidade: uma questão de gênero. Trabalho (En) Cena.v.2, n.2, 2017.

Downloads

Publicado

2019-05-16